O Sport Clube Vila Real aprovou, em reunião de Direção Executiva, dois importantes instrumentos financeiros para o seu futuro de curto e médio prazo.
Assim, foi aprovado neste órgão o orçamento para a presente temporada, incidindo, não apenas nas contas do futebol sénior mas consolidando os números com o futebol de formação e com as modalidades do clube. Por outro lado, foi também aprovado o mapa de dívidas do clube, sem o qual a fotografia ao momento zero desta Direção à frente dos destinos do clube, reportando-se à data da tomada de posse de 16 de junho passado, não ficaria completa.
A Direção Executiva, numa atitude de transparência perante sócios, pais, patrocinadores e poderes públicos da nossa comunidade e família alvinegra, gostaria de dar nota de algumas das conclusões para que apontam estes instrumentos, bem como justificar o facto de não ter sido possível apresentá-los mais cedo, como todos desejariam, incluindo a Direção.
Deste modo, a primeira nota vai para o facto do início de funções ter sido feito sem que a informação completa das contas estivesse devidamente compilada. Esta situação obrigou a um esforço redobrado para procurar, proativamente, essa informação no que a créditos e a dívidas dizia respeito, o que obrigou o clube a navegar à vista nos primeiros meses. Acresce que a ampla cobertura mediática da receção ao FC Porto para a Taça de Portugal e a ilusão de uma receita grande, que de resto não se verificou, fez aparecer dívidas antigas, algumas sob a forma imediata de ações de penhora, o que obrigou a reiniciar um trabalho que estava já encaminhado.
Assim, no que ao orçamento anual diz respeito, a Direção Executiva congratula-se com o facto do mesmo apontar para um exercício corrente positivo de cerca de 20 mil euros, o que é um excelente indicador da viabilidade e sustentabilidade do clube, como sempre defendemos ser possível. O futebol sénior absorve, neste universo, cerca de 100 mil euros da despesa orçamentada, ao passo que o futebol de formação tem um peso de cerca de 50 mil euros. O valor remanescente cobre as despesas associadas a manutenção, custos correntes de estrutura, custos com a logística e despesas administrativas, financeiras e fiscais do exercício. Do lado da receita, damos nota muito positiva ao valor angariado em patrocínios, que ascende a cerca de 50 mil euros, às quotizações e inscrições, que ultrapassam ligeiramente os 100 mil euros e às vendas, entre bilheteira e produtos associados ao clube, que em conjunto ascendem a cerca de 50 mil euros. Estes valores permitem ao clube dar o melhor uso aos subsídios públicos que recebe pela missão social que desempenha na nossa comunidade e que consideramos a nossa maior responsabilidade. Este valor de subsídios, encontrando-se ainda longe do praticado noutros concelhos do nosso distrito e ainda mais longe do praticado noutras regiões, dá-nos o peso da responsabilidade para continuarmos a levar a marca
Vila Real a todo o lado com a qualidade com que ela merece ser representada.
No que diz respeito ao mapa de dívidas do clube, o valor total e real destas ascendia, em junho de 2018, a cerca de 475 mil euros e a sua gestão revelou ser, sem dúvidas, o maior desafio desta Direção Executiva, empenhada em atingir o centenário do Sport Clube de Vila Real com um clube viável e sustentável. Durante este exercício, o pagamento e/ou a renegociação com os diversos credores permitiram baixar este valor para cerca de 335 mil euros e permitiram também terminar com a situação vergonhosa do Sport Clube de Vila Real não poder ser titular de uma simples conta bancária, situação hoje regularizada, com a Caixa de Crédito Agrícola, o que permite aos atletas, sócios, fornecedores e patrocinadores efetuar os seus pagamentos e recebimentos de forma rápida, cómoda e transparente.
Destes valores em dívida, os mais relevantes encontram-se em pagamento faseado, como as dívidas ao Estado e Segurança Social, os compromissos com ex-jogadores e as contas correntes com outros clubes, das quais se destaca o Clube Desportivo Feirense, Futebol SAD, com a AFVR, com a FPF e com a FIFA. O clube tem dívidas não reconhecidas que se encontram em litígio de cerca de 32 mil euros, nomeadamente com um anterior vice-presidente. Temos ainda valores que nos encontramos a tentar renegociar com o anterior fornecedor de equipamentos, com o anterior advogado do clube, com a farmácia, com a agência de viagens e com outros fornecedores.
Procedemos a pagamentos imediatos, que colocavam em causa o normal funcionamento do clube, resultantes de não pagamentos efetuados pela anterior direção.
Na sequência de atos de gestão de carácter ruinoso para o clube, da antiga direção, que permitiu a saída de jogadores sem que fossem acautelados os direitos de formação dos atletas, situação hoje devidamente encaminhada para o nosso advogado que nas suas negociações já consegui resolver alguns impasses, destaca-se o valor já recebido do Sporting Clube de Braga - Futebol, SAD.
A forma equilibrada, transparente e mobilizadora desta Direção, permitiu ao clube avançar para novos desafios, com o apoio de patrocinadores e da Câmara Municipal, foi possível ao clube adquirir um autocarro, dotando o clube de um meio de transporte para as suas deslocações, gratuitas para os atletas, permitindo reduzir o valor em transportes.
O SCVR orgulha-se de ter grandes profissionais, com plena capacidade para prosseguir os objetivos de sucesso que se pretendem para a nossa instituição, um novo rumo se pretende concretizar com novos contributos, dedicação e empenho.
Todos temos a plena noção de que ainda temos muito caminho para percorrer e que muitos obstáculos há ainda a transpor. E que serão tanto maiores quanto maior for o nosso sucesso e a nossa dimensão. O que não nos impede, no entanto, de manifestarmos, neste momento, a nossa satisfação ao verificarmos que até as medidas mais difíceis que infelizmente nos vimos forçados a tomar, se revelaram as mais ajustadas, para a saúde financeira e sustentabilidade do nosso Clube, como os resultados o continuam a demonstrar.
O próximo passo destes instrumentos é a sua apresentação a todos os sócios, como obrigam os Estatutos e as boas regras da transparência, em Assembleia Geral que deverá ocorrer em março, após a sua validação pelo Conselho Fiscal do clube
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